Lá vou eu de novo falar de Jesus! Antes, gostaria de deixar claro que, apesar de não ser Cristã, acho que Jesus é o cara, foi um profeta, uma pessoa além do seu tempo, que tenho admiração e profundo respeito por seus seguidores, mas tenho a convicção que nunca foi pretensão de Jesus fundar qualquer tipo de Igreja... Em fim, não é sobre isso que quero contar, quero contar como Jesus me “chamou” e eu levei um puta susto!

Lá estava eu, em plena Central do Brasil. Central do Brasil pra quem não conhece, é o ponto final das estações de trem do Rio de Janeiro, lugarzinho com grande circulação de pessoas, indo e vindo para os vários pontos do Rio de Janeiro. Não ia pegar trem e nem havia soltado de nenhum, apenas era passagem para o caminho que seguiria, mas sem nenhum puto (= dinheiro) no bolso, precisava sacar dinheiro, e lá na Central têm de tudo, inclusive caixas eletrônicos e ladrões, muitos... Caixas e ladrões para ser bem específica. A fila estava grande, resolvi sacar um dinheirinho ali mesmo, já que não haveria outro lugar. Já na fila, com um cagaço monstruoso, olhando discretamente para todos os lados, minha vez chega, enfio o cartão, digito minha senha, e aguardo meus míseros R$20,00 sair do buraquinho da alegria, senti  uma mão me cutucando, seguindo da frase:  - Jesus te chama!

Olha cara leitores, foi um segundo equivalente a dez minutos de pensamentos. Pensei: FUDEU! SE “O CARA” TÁ ME CHAMANDO É POR QUE DEU MERDA O TROÇO AQUI E EU VOU MORRER! PUTAQUEPARIU! VOU MORRER POR CAUSA DE VINTE REAIS! PORRA, JESUS! VAI ME CHAMAR POR CAUSA DE VINTE REAIS?

Depois de alguns pensamentos “filosóficos” sobre a natureza da frase “Jesus te chama”, percebo que um cara, na verdade um bom de um filho da puta, que estava na fila ao lado da minha, resolveu “pregar” a palavra de Jesus, segundo sua religião, bem na hora que eu estava a sacar meus míseros R$20,00 reais. Veja bem, nada contra a religião de ninguém, cada um com seu cada um e até a liberdade de pregar para convencer a outros da “SUA” verdade acho válido, desde que se respeite o limite que esse outro impõe, respeito é bom e todo mundo gosta, independente de religião, raça, opção sexual e etc. Mas daí, a criatura, resolver me entregar um papel da igreja dele, alegando que Jesus me chamava bem naquele exato momento, putamerda! Foi uma boa pisada de bola! Porque eu levei foi um susto do caralho! E na hora fiquei com muita raiva! Acabei sendo estúpida com o carinha, coisa que foge totalmente a minha natureza pacífica.
Fiquei pensando no que levou aquele digníssimo cidadão a querer me dar um papel da igreja, bem naquele exato momento. Fiquei relembrando a cena e pelo lugar que estava na fila, devia estar me observando há algum tempo. Ele viu uma mulher toda de preto, tatuada, com adornos de caveira e etc. deve ter pensado que eu era uma porra louca, que só me salvaria na Igreja. Eu já ia embora, ele deve ter achado que não daria tempo de “me salvar”, Rs... Foi preconceito! Pode até parecer que foi MEU o preconceito, mas na verdade foi o DELE! Havia muitas pessoas na fila e só para mim resolveu dar o tal papel. Ele foi preconceituoso pelo meu visual e acabou enfiando os pés pelas mãos.

Fiquei com muita raiva na hora, mas depois resolvi contar pra todo mundo, aos risos, o caso sobre o “chamado de Jesus” a minha pessoa. Para variar, depois, fiquei com pena do cara, pois fui estúpida com ele e ele na verdade foi vítima do próprio preconceito, der repente por espelhar ele mesmo. O ser humano só enxerga um erro (ou o que ele acha que é um erro) quando isso reflete seus próprios.

Até o próximo post, beijinhos!

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