Vandinha
Seu nome era Vanda. Mais conhecida por familiares e os
poucos amigos como Vandinha. Uma mulher comum, nem bonita, nem feia, nem alta,
nem baixa, nem magra, nem gorda. Míope. Os enormes olhos azuis eram escondidos
pela pesada lente que usava e o cabelo sempre preso, desgrenhado, não se sabe
ao certo se bonito, feio ou apenas maltratado pela falta de vaidade que
dominava aquele corpo, só se sabe que eram escuros, meio caminho entre o
castanho e o preto. Não se vestia mal... Aprendeu com o tempo a se vestir “mais
ou menos” bem, dentro do seu estilo para lá de casual e nada sexy. Vandinha não
era uma mulher sexy. E sabia disso, não conseguia ser sexy, nunca. Nem quando
perdeu a virgindade com um “doido” que dizia ver nela uma devassa reprimida,
Vandinha achava muita graça disso, ela uma devassa! Imagina? Mal gemia quando
transava com o ex...
Mas Vandinha admirava as mulheres sexys, seguras e que sabem
se fazer bonitas, mesmo quando não são. Queria muito ser uma delas, mas não
conseguia, travava. Abaixava a cabeça e seguia em frente. Preferia calçola à
calcinha, calça ao invés de vestido, um livro ao invés da “night”, mas de uma
coisa Vandinha tinha certeza e convicção: Gostava de HOMEM, com certeza
absoluta, mas não tinha idéia de como se aproximar deles... Desconfiava que
tudo isso era por causa da sua infância difícil e dos problemas que teve.
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Era solitário o caminho diário de Vandinha, voltava sempre
do trabalho a mesma hora, ia ao mercado há mesma hora e todos os dias sempre iguais.
Isso a deprimia, mas não tinha escolha, essa era sua vida, trabalhar como
secretária de um empresário linha dura, em uma empresa capitalista e rígida.
Acordar a mesma hora, fazer tudo sempre igual, chegar em casa e nada diferente acontecer,
alguns finais de semana sua amiga Marcela aparecia para conversarem, mas os
encontros cada vez menos freqüentes depois que Marcela casou... Às vezes para
desestressar Vandinha bebia sua solitária taça de vinho, se masturbava,
imaginava mil histórias, mil fantasias, se divertia sozinha mesmo. Mas sentia
um vazio depois da sensação boa que passava. Cada vez mais Vandinha se retraia
e vivia seu mundinho de fantasias e fortes emoções. Por mais que soubesse que
isso não era bom, não conseguia se livrar desse ciclo vicioso, desse sistema
que a sociedade vive e que ela havia caído e não conseguia se levantar: A
solidão no meio da multidão.
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Já passava de 21 horas... Vandinha voltava do Mercadinho, no
mesmo trajeto de sempre, pela rua entre os condomínios, escura e naquele dia
estava mais escura ainda, parecia que dois postes estavam quebrados, não sabia
ao certo. Apertou o passo em direção a sua casa, sentiu uma presença por trás
dela e quando ia virar-se, subitamente alguém colocou a mão na sua boca, a
agarrou e disse no seu ouvido, um sussurro aterrorizante:
- Quieta! Sou mais forte que você, não adianta se debater,
nem gritar.
Vandinha não entendeu muito bem... O susto, o medo, eram
mais fortes, se debateu e tentou gritar, pensou que iria desmaiar. O homem a
colocou em um carro, estacionado na parte mais escura da rua.
Vandinha chorava e tremia. O homem senta-se ao lado dela e
diz ainda sussurrante:
- Não vou te machucar... Mas quero que você fique quietinha.
Tira a roupa.
Vandinha treme. O homem alisa seus cabelos e solta o rabo de
cavalo, beija seu pescoço, tira seus óculos.
-Não tenho pressa.
Empurrou Vandinha de leve, deitando-a no banco de trás do
carro. Continuou lambendo e beijando seu pescoço, levantou sua blusa, passou a
mão nos seus seios, lambeu e chupou seus bicos rosados com muita calma. Vanda
continuava nervosa, mas a calma do tal homem acabou a fazendo relaxar e ficou
quieta, sem se tremer... Não era ruim, estava gostoso, mas o pensamento de que
aquele homem poderia matá-la a qualquer momento, não saia da sua cabeça,
pensava: Deve ser um psicopata, maníaco, maluco...
O homem abaixou a calça jeans dela, colocou a mão entre suas
pernas e continuou a chupar e lamber seus seios. Vandinha sentia repugnância,
mas estava excitada ao mesmo tempo, estava confusa, queria se entregar, gemer,
falar que estava gostoso, mas estava bloqueada... O homem desce até sua
calcinha molhada e enfia a língua com muita vontade. Ela geme baixo, o homem
chupa e lambe cada vez mais rápido, ele também está excitado em ver Vandinha
gostando... Vandinha geme alto, molha-se mais.
- Vou colocar uma camisinha e enfiar em você... Olha como
estou.
Mostra seu membro, duro, firme, grosso. Vandinha ergue-se da
posição em que estava e retribui abocanhando o tal homem. Aquela era uma
Vandinha que ninguém conhecia, nem ela própria. Transaram ali por horas...
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Vandinha não disse uma palavra sequer. O homem disse:
- Sei tudo sobre você Vanda, mas você sequer me olhou, nunca.
Quero você de novo. Vou estar aqui, amanhã nesse mesmo horário. Não te
agarrarei a força, nunca mais... Se você quiser, vai entrar no meu carro, por
querer...
Vandinha, ainda sentia um misto de raiva, nojo e todos os
sentimentos repuguinantes juntos. Sua maior raiva era que no fundo ela gostou
do homem que a obrigou a transar com ele. Queria matar aquele filho da puta!
Mas também queria mais sexo com ele... Que metido! Achava mesmo que ela iria
passar amanhã pra ser agarrada de novo pelo safado, filho da puta?
Vandinha reparou no homem, era alto, moreno, não era muito
bonito, os dentes eram bem cuidados e o álito era bom, os olhos profundos e o
cabelo bem cortado, Vandinha era péssima com marcas de carro, mas sabia que
aquele era um carro caro...”Por que será que um homem desses me agarrou a
força? Como ele sabia seu nome?” Vandinha estava confusa, mas continuava calada,
sem perguntas e sem respostas.
Ela fechou a cara e seguiu seu caminho em direção a sua
solitária residência. Só que Vandinha dessa vez estava diferente dos outros
iguais dias...
Continua na próxima postagem...
3 Comentários
Quem é ele...
ResponderExcluirO patrão, "linha dura" (?)
Continua, continua...
Queremos o dia seguinte!
Boa noite, Fabiana.
ResponderExcluirÓtimo conto este, parabéns.
Solidão é bucha mesmo, mexe com as pessoas e as faz tomar atitudes estranhas.
Abraço.
Por favor entrem em meu blog: sentimento-cru.blogspot.com.br e deixem comentários sobre meus textos e se torne um membro. é só clicar em PARTICIPAR DESTE SITE!!! OBRIGADO... FRANCISCO.
ResponderExcluirMe conta sua história ou o que achou da minha